O Livro de Mórmon/Anacronismos/Animais/Abelhas

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Anacronismos no Livro de Mórmon: Abelhas


Perguntas e Respostas


Pergunta: Os jareditas trouxeram enxames de abelhas pelo oceano em seus barcos?

O Livro de Mórmon afirma, no entanto, que eles trouxeram enxames de abelhas com eles para seu acampamento na costa

"Abelhas" são mencionadas no Livro de Mórmon. Atualmente, é crença geral que abelhas de mel foram trazidas ao Novo Mundo pelos Europeus.

O Livro de Mórmon não afirma que os Jareditas teriam trazido abelhas de mel para o Novo Mundo. Ele afirma, no entanto, que eles trouxeram enxames de abelhas com eles para seu acampamento na costa, onde eles passariam os próximos quatro anos enquanto construíam os barcos. Isso é completamente possível.

Existe apenas uma referência a abelhas de mel no Livro de Éter (Éter 2:3-4) e ela fala delas estando entre as provisões que o povo de Jarede trouxe com eles ao viajarem para a terra de Moriancumer, onde eles passariam os próximos quatro anos. (Éter 2:13)

3 E levaram também consigo deseret que, por interpretação, significa abelha de mel; e assim carregaram consigo enxames de abelhas e uma variedade de tudo que havia na face da terra, sementes de toda espécie.

4 E aconteceu que quando chegaram ao vale de Ninrode, o Senhor desceu e falou com o irmão de Jarede; e ele estava em uma nuvem e o irmão de Jarede não o viu.

5 E aconteceu que o Senhor lhes ordenou que fossem para o deserto, sim, para aquela parte onde o homem nunca estivera. E aconteceu que o Senhor foi adiante deles e falou com eles enquanto estava em uma nuvem; e deu-lhes instruções para onde viajar.

6 E aconteceu que viajaram no deserto e construíram barcos, nos quais atravessaram muitas águas, sendo continuamente dirigidos pela mão do Senhor.

13 E agora prossigo meu registro; pois eis que aconteceu que o Senhor levou Jarede e seus irmãos até aquele grande mar que divide as terras. E quando chegaram ao mar, armaram suas tendas; e deram ao lugar o nome de Moriâncumer; e habitaram em tendas, à beira-mar, pelo espaço de quatro anos.

O Livro de Mórmon não afirma que os Jareditas teriam trazido abelhas de mel para o Novo Mundo

Então, os Jareditas definitivamente levaram consigo enxames de abelhas até o lugar onde o "grande mar que divide as terras", onde eles "habitaram em tendas, à beira-mar, pelo espaço de quatro anos". Será que isto significa que eles levaram os enxames para o Novo Mundo com eles? O Livro de Mórmon não afirma isto, mas também não exclui a possibilidade de eles o fizeram.

Michael Ash observa:

Entre os supostos anacronismos do Livro de Mórmon está a menção de "abelhas" (Éter 2:3)... Deve-se observar primeiramente que o uso do termo "abelhas" no Livro de Mórmon ocorre na época do Velho Mundo (Jaredita). Ele nunca é usado em conexão com o Novo Mundo, portanto o argumento poderia simplesmente acabar aqui. Os Jareditas trouxeram abelhas para o Novo Mundo? Talvez nunca saibamos. Alguns estudos sugerem, no entanto, que as abelhas já eram conhecidas no Novo Mundo antigo. Bruce Warren, por exemplo, nota que existem "muitas referências na região Maia sobre abelhas-de-mel nos tempos antigos, e estas referências ocorrem em textos ritualísticos, i.e., são de origem nativa ou pré-Hispânica." Outros estudiosos do Novo Mundo observaram que "não somente haviam abelhas domesticadas na América antiga como haviam deuses das abelhas e apicultores... O mel era considerado uma iguaria real entre os índios. Igualmente importante era a cera negra retirada das colmeias, a qual era comumente usada na troca por outras mercadorias".[1]



Para mais informações relacionadas a este tópico


O Instituto A. Maxwell Neal responde a estas questões

Ronan James Head,"A Brief Survey of Ancient Near Eastern Beekeeping", The FARMS Review, 20/1 (2008)


Nomadic Beekeeping

Tanto a apicultura do mundo antigo quanto a contemporânea suscitam algumas evidências para a apicultura nomádica, o que os Alemães chamam de Wanderbienenzucht. As colméias antigas (e as colmeias camponesas do Oriente Médio) eram frequentemente moldadas como canos ou troncos (onde as abelhas naturalmente se agrupam) e eram feitas de cerâmica, vime, lama, argila e madeira. Todas estas colmeias poderiam ser transportadas em animais de carga e barcos. Plínio, o Ancião (23-79 AC) descreve a movimentação de abelhas ao longo do Rio Po:

Quando falta alimentação para abelhas na vizinhança próxima, os habitantes colocam suas colméias em barcos e as levam à noite por cinco milhas contra a corrente. As abelhas saem à noite, se alimentam e voltam todo dia para as colmeias. Eles mudam a posição dos barcos até eles começaram a afundar na água devido ao peso e constatarem que as colméias estão cheias. Então os barcos voltam e o mel é colhido.

Em 1740 um Francês descreveu a apicultura migratória no Egito: no final de Outubro (o final da época de floração no Alto Egito), as colméias eram trazidas em barcos e flutuavam, descendo o Nilo. Em lugares onde as plantas ainda tinham flores, os barcos paravam e as abelhas eram soltas para se alimentar.
(Clique aqui para obter o artigo completo)


  • Mais informações sobre as abelhas do Novo Mundo no contexto doméstico podem ser encontrdas em F. Padilla, F. Puerta, J. M. Flores and M. Bustos, "Bees, Apiculture and the New World," in Archivos de zootécnica, 41/154 (1992-extra): 563–567. PDF link


Notas

  1. Mike Ash, mormonfortress.com