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< Mormonismo e a Bíblia Sagrada | Tradução de Joseph Smith
Algumas passagens da Bíblia (partes de Isaías, por exemplo) foram incluídas no texto do Livro de Mórmon.
Os propósitos do Livro de Mórmon e as traduções TJS não eram idênticos. Os Santos dos Últimos Dias não acreditam em uma interpretação de uma escritura ou conceito doutrinário fixo, inviolado, ou "perfeito". O Livro de Mórmon do mesmo modo reflete diferenças entre a tradição textual nefita e os manuscritos bíblicos comumente conhecidos. A TJS é uma harmonização, expansão, comentários e esclarecimentos de importante pontos doutrinários. Nenhum deles pretende ser "a palavra final" sobre um determinado conceito ou passagem-revelação contínua, adaptadas às circunstâncias em que qualquer membro da Igreja se encontre.
Joseph não acreditava que havia "uma e somente uma" verdadeira tradução de uma determinada passagem ou texto. O Livro de Mórmon é “o mais correto” no sentido de os que o leem e seguem seus preceitos se aproximaram mais de Deus do que lendo outro livro.” Esta não é uma afirmação sobre a perfeição textual ou infalibilidade (que o próprio livro insiste e ainda estará presente - introdução, Mórmon 9:31). Na verdade, Brigham Young ensinou que o texto do Livro de Mórmon teria sido diferente se fosse refeita mais tarde:
Se o Senhor Todo-Poderoso enviasse um anjo para reescrever a Bíblia, ela seria em muitos lugares bem diferente do que é agora. E eu até arrisco dizer que se o Livro de Mórmon fosse reescrito, em muitos casos, seria consideravelmente diferente da presente tradução. É de acordo com a disposição que as pessoas tem de receber as coisas de Deus que os céus enviam suas bênçãos.[1]
Algumas pessoas têm adotado a cínica posição de que Joseph Smith simplesmente copiou o texto da Versão Rei James da Bíblia em partes relevantes, como por exemplo, Isaías. Até mesmo alguns membros da Igreja tem presumido que a tão próxima correspondência entre os textos indica que Joseph simplesmente abriu uma Bíblia e copiou os capítulos quando ele chegou ao conteúdo nas placas de ouro que ele identificou como sendo da Bíblia.
Há vários problemas com este ponto de vista.
1) Testemunhas do processo de tradução são unânimes em afirmar que Joseph não tinha livros, manuscritos, ou anotações de referência ao traduzir. Em uma entrevista posteriormente Emma lembrou:
Martin Harris também observou que Joseph traduzia com o rosto enterrado em seu chapéu, a fim de usar a pedra do vidente / Urim e Tumim. Isto faria com que recorrer a uma Bíblia ou anotações fosse praticamente impossível:
2) Não está claro se Joseph sequer tinha uma Bíblia durante a tradução do Livro de Mórmon. Ele e Oliver Cowdery mais tarde compraram uma Bíblia, o que sugere (dada a situação financeira tensa de Joseph), que ele ainda não possuía uma [4].
3) Não está claro se Joseph sequer tinha um conhecimento amplo da Bíblia durante a tradução do Livro de Mórmon. Parece improvável que ele teria reconhecido, por exemplo, Isaías, se ele o houvesse encontrado nas placas. Emma Smith lembrou:
Quando ele parava por qualquer razão, em qualquer momento que fosse, e quando começava de novo, começava de onde tinha parado, sem qualquer hesitação, e uma vez enquanto traduzia, ele parou de repente, pálido como um papel, e disse: "Emma, Jerusalém tinha um muro ao redor dela? "Quando eu respondi, "Sim", ele respondeu: "Oh! Eu estava com medo de que eu estivesse enganado." Ele tinha um conhecimento tão limitado de história na época que ele nem sabia que Jerusalém era cercada por muralhas. [5]
Emma também observou que:
E se Joseph estava apenas inventando a história do Livro de Mórmon, ele escolheu algumas das passagens bíblicas mais obscuras e difíceis de incluir.
4) Se Joseph estava forjando o Livro de Mórmon, por que incluir quaisquer passagens bíblicas? Claramente, Joseph era capaz de produzir rapidamente um texto vasto e complexo que não fazia nenhuma referência a qualquer citação bíblica. Se Joseph estava tentando perpetrar uma fraude, por que ele incluiu citações quase literais justo do livro (a Bíblia Sagrada VRJ) com o qual seu público-alvo estava com certeza familiarizado?
A Tradução de Joseph Smith da Bíblia não é, como alguns membros têm presumido, uma simples restauração do texto bíblico perdido ou uma melhoria na tradução do texto já conhecido. Pelo contrário, a TJS também envolve a harmonização de conceitos doutrinários, comentários e elaboração do texto bíblico, e explicações para esclarecer pontos importantes para o leitor moderno. (Veja o artigo principal sobre a natureza do TJS para uma discussão mais detalhada.)
Assim, o Livro de Mórmon é uma tradução dos registros nefitas com o foco nas importantes diferenças entre a tradição textual nefita e o texto massorético.
Por outro lado, a TJS vem de um Joseph Smith mais profeticamente maduro e sofisticado, e fornece expansão doutrinária baseada em revelação adicional, experiência e compreensão.
É importante lembrar que Joseph não considerava uma "tradução" de qualquer coisa ser perfeita ou 'a palavra final.' Joseph tinha indicado que Morôni citou Malaquias a ele usando uma parafraseado diferente do que a VRJ (Ver Joseph Smith História 1:36-39). No entanto, quando Joseph citou a mesma passagem anos depois em uma discussão sobre o batismo vicário pelos mortos, ele disse:
Sendo assim, para Joseph, a adequação de uma tradução dependia dos usos a que um determinado texto seria empregados. Para uma discussão, a KJV era adequada; para outras, não. Um elemento chave da teologia SUD é que os profetas vivos são o principal instrumento através do qual Deus continua a dar o conhecimento e a compreensão a seus filhos. Escrituras não são nem infalíveis, nem de alguma forma "perfeitas", mas são ao invés disso produzidos por mortais falíveis. Apesar disso, por causa de profetas atuais e a revelação concedida cada indivíduo, os escritos dos profetas do passado são suficientes para ensinar os princípios essenciais para a salvação. Revelação adicional é buscada e recebida conforme requerida.
Há um ótimo exemplo deste tipo de diferença na oração do Senhor. Compare o seguinte:
A TJS altera a instrução de voz passiva ao passo que a Bíblia KJV e o Livro de Mórmon estão na voz ativa. De acordo com E. W. Bullinger, esta escritura em particular contém um hebraísmo, ou seja, "verbos ativos eram usados pelos hebreus para expressar não o realizar algo, mas a permissão desse algo que o agente se diz fazer". Consequentemente, Bullinger interpreta a passagem desta forma: " Não nos conduza (ou seja, não nos deixe ser levado) em tentação." [8]
Adam Clarke concorda com Bullinger. Ele escreveu que esta escritura "'Não Traga,' ou 'não nos leve em.' (Isto é um mero hebraísmo. Deus é dito para fazer uma coisa que só Ele permite ou deixa ser feito)."[9]
Na Barnes 'Notas sobre o Novo Testamento lemos a mesma interpretação. "Esta frase, então, deve ser utilizada no sentido de permitir. Não deixe-nos ou permita-nos, ser tentados a pecar. Nisto fica implícito que Deus tem tal controle sobre nós e sobre o tentador, para nos salvar e o chamar-nos.'[10] Quando considerada adequadamente, esta passagem é um exemplo de onde a interpretação da TJS e a da KJV e Livro de Mórmon estão corretas. A KJV e o Livro de Mórmon são interpretações literais enquanto o TJS é uma tradução interpretativa que também está correta. Dada relativa inexperiência de Joseph em interpretação profética, em 1829, seria muito mais provável ele traduzir um versículo literalmente do que envolver-se em interpretação.
(E, como discutido acima, a tradução do O Livro de Mórmon pode muito bem ser diferenciada da KJV apenas para indicar variações significativas no texto base, de modo que a intenção para cada tradução fosse diferente.)
1.↑ (Brigham Young, Journal of Discourses 9:311.
2.↑ Joseph Smith III, “Last Testimony of Sister Emma,” Saints’ Advocate 2 (Oct. 1879): 51
3.↑ David Whitmer, An Address to All Believers in Christ (Richmond, Mo.: n.p., 1887), 12; cited frequently, including by Neal A. Maxwell, "By the Gift and Power of God," Ensign (January 1997), 34–41.
4.↑ John A. Tvedtnes and Matthew Roper, "Joseph Smith's Use of the Apocrypha: Shadow or Reality? (Review of Joseph Smith's Use of the Apocrypha by Jerald and Sandra Tanner)," FARMS Review of Books 8/2 (1996): 326–372. off-site
5.↑ Emma Smith to Edmund C. Briggs, "A Visit to Nauvoo in 1856," Journal of History 9 (January 1916): 454.
6.↑ Joseph Smith III, “Last Testimony of Sister Emma,” Saints’ Advocate 2 (Oct. 1879): 51.
7.↑ See, for example, Martin G. Abegg, Jr., Peter Flint, Eugene Ulrich, The Dead Sea Scrolls Bible (HarperCollins, 2012).
8.↑ See E. W. Bullinger, Figures of Speech used In the Bible: Explained and Illustrated (London: Messrs. Eyre and Spottiswoode, 1898), 819-824.
9.↑ Adam Clark, Commentary an the Bible, abridged by Ralph Earle, (Grand Rapids: Baker Book, 1979), 778.
10.↑ Barnes' Notes on the New Testament, edited by Ingram Cobbin, (Grand Rapids: Kregel Publications, 1980),30.
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