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==Hugh Nibley: "As to the 'passages lifted bodily from the King James Version,' we first ask, 'How else does one quote scripture if not bodily?'"==
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==Hugh Nibley: "Quanto as passagens ‘retiradas na íntegra da Versão do Rei Jaime’, primeiramente devemos nos perguntar ‘Como citar uma escritura se não integralmente?"==
  
LDS scholar Hugh Nibley wrote the following in response to a letter sent to the editor of the ''Church News'' section of the ''Deseret News''. His response was printed in the ''Church News'' in 1961:<ref>''Church News'', 29 July 1961: 10, 15. Reprinted in {{Book:Nibley:Prophetic Book of Mormon|pages=214&ndash;18}} [Nibley's first edition of ''Since Cumorah'' cites such sources as R. Reitzenstein, in ''Nachrichter v. d. kgl. Ges. d. Wiss. zu Gottingen'' (1916): 362, 416, and 1917 Heft 1, pp. 130-151, and ''Historische Zeitschrift'' 116 (DATE?), pp. 189-202.  A von Harnack, in ''Journal of Biblical Literature'' 50 (1931), pp. 266ff; cf. Alf. Resch, "Der Paulinismus u. die Logia Jesu," in ''Texte u. Untersuchungen. N. F.'' 13 (1904).]</ref>
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O estudioso SUD Hugh Nibley escreveu o seguinte em resposta a uma carta enviada ao editor da seção Church News do Deseret News. Sua resposta foi impressa no Church News, em 1961: <ref>''Church News'', 29 July 1961: 10, 15. Reprinted in {{Book:Nibley:Prophetic Book of Mormon|pages=214&ndash;18}} [Nibley's first edition of ''Since Cumorah'' cites such sources as R. Reitzenstein, in ''Nachrichter v. d. kgl. Ges. d. Wiss. zu Gottingen'' (1916): 362, 416, and 1917 Heft 1, pp. 130-151, and ''Historische Zeitschrift'' 116 (DATE?), pp. 189-202.  A von Harnack, in ''Journal of Biblical Literature'' 50 (1931), pp. 266ff; cf. Alf. Resch, "Der Paulinismus u. die Logia Jesu," in ''Texte u. Untersuchungen. N. F.'' 13 (1904).]</ref>
  
 
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[One of the] most devastating argument[s] against the Book of Mormon was that it actually quoted the Bible. The early critics were simply staggered by the incredible stupidity of including large sections of the Bible in a book which they insisted was specifically designed to fool the Bible-reading public. They screamed blasphemy and plagiarism at the top of their lungs, but today any biblical scholar knows that it would be extremely suspicious if a book purporting to be the product of a society of pious emigrants from Jerusalem in ancient times did not quote the Bible. No lengthy religious writing of the Hebrews could conceivably be genuine if it was not full of scriptural quotations.
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[Um dos] argumento[s] mais devastador[es] contra o Livro de Mórmon era o de que ele realmente citava a Bíblia. Os primeiros críticos ficaram simplesmente chocados com a incrível estupidez de incluir grandes partes da Bíblia em um livro que, segundo eles, foi projetado especificamente para enganar o público leitor da Bíblia. Eles gritavam 'blasfêmia' e 'plágio' a plenos pulmões, mas hoje qualquer estudioso da Bíblia sabe que seria extremamente suspeito se um livro que pretendesse ser o produto de uma sociedade de emigrantes devotos de Jerusalém nos tempos antigos não citasse a Bíblia. Nenhuma escrita religiosa desse tamanho vinda dos hebreus poderia concebivelmente ser genuína se não fosse cheia de citações bíblicas.
  
...to quote another writer of ''Christianity Today'' [magazine],<ref>Nibley is responding to Wesley P. Walters, "Mormonism," ''Christianity Today'' 5/6 (19 December 1960): 8&ndash;10.</ref> "passages lifted bodily from the King James Version," and that it quotes, not only from the Old Testament, but also the New Testament as well.
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... Para citar um outro escritor de Christianity Today [revista],<ref>Nibley is responding to Wesley P. Walters, "Mormonism," ''Christianity Today'' 5/6 (19 December 1960): 8&ndash;10.</ref> "retiradas na íntegra da Versão do Rei Jaime," como citado, não só do Antigo Testamento, mas também no Novo Testamento.
  
As to the "passages lifted bodily from the King James Version," we first ask, "How else does one quote scripture if not bodily?" And why should anyone quoting the Bible to American readers of 1830 not follow the only version of the Bible known to them?
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Quanto às passagens "retiradas na íntegra da Versão do Rei Jaime", devemos primeiramente perguntar: "Como citar uma escritura se não integralmente?" E por que alguém citando a Bíblia para leitores americanos de 1830 não seguiria a única versão da Bíblia conhecida?
  
Actually the Bible passages quoted in the Book of Mormon often differ from the King James Version, but where the latter is correct there is every reason why it should be followed. When Jesus and the Apostles and, for that matter, the Angel Gabriel quote the scriptures in the New Testament, do they recite from some mysterious Urtext? Do they quote the prophets of old in the ultimate original? Do they give their own inspired translations? No, they do not. They quote the Septuagint, a Greek version of the Old Testament prepared in the third century <small>B.C.</small> Why so? Because that happened to be the received standard version of the Bible accepted by the readers of the Greek New Testament. When "holy men of God" quote the scriptures it is always in the received standard version of the people they are addressing.
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Na verdade, as passagens bíblicas citadas no Livro de Mórmon, muitas vezes diferem da versão do Rei Jaime, mas se esta for correta, há mil razões para segui-la. Quando Jesus e os Apóstolos ou, por exemplo, o Anjo Gabriel, citam as escrituras do Novo Testamento, eles recitam de alguma cópia misteriosa do texto? Citam-nos em sua forma mais original? Será que eles dão as suas próprias versões inspiradas? Não, eles não o fazem. Eles citam a Septuaginta, uma versão grega do Antigo Testamento preparada no século III aC. Por quê? Porque esta era a versão padrão da Bíblia aceita pelos leitores do Novo Testamento grego. Quando "os homens santos de Deus" citam as escrituras, o fazem sempre na versão padrão aceita pelas pessoas para as quais eles estão se dirigindo.
  
We do not claim the King James Version of the Septuagint to be the original scriptures&mdash;in fact, nobody on earth today knows where the original scriptures are or what they say. Inspired men have in every age have been content to accept the received version of the people among whom they labored, with the Spirit giving correction where correction was necessary.
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Nós não reivindicamos que a versão do Rei Jaime da Septuaginta seja o original das escrituras - na verdade, ninguém na Terra hoje sabe onde as escrituras originais estão ou o que dizem. Homens inspirados em todas as épocas estão contentes em receber a versão mais aceita pelas pessoas com quem eles trabalham, com o Espírito dando correção onde correção for necessária.
  
Since the Book of Mormon is a translation, "with all its faults," into English for English-speaking people whose fathers for generations had known no other scriptures but the standard English Bible, it would be both pointless and confusing to present the scriptures to them in any other form, so far as their teachings were correct.
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Uma vez que o Livro de Mórmon é uma tradução, "com todas as suas falhas", para o inglês para as pessoas de língua inglesa cujos pais por gerações não conheceram outras escrituras senão a Bíblia no inglês padrão, seria sem sentido e confuso apresentar-lhes escrituras de qualquer outra forma, contanto que seus ensinamentos estivessem corretos.
  
:What is thought to be a very serious charge against the Book of Mormon today is that it, a book written down long before New Testament times and on the other side of the world, actually quotes the New Testament! True, it is the same Savior speaking in both, and the same Holy Ghost, and so we can expect the same doctrines in the same language.
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:O que é considerado uma séria investida contra o Livro de Mórmon hoje é que ele, sendo um livro escrito muito antes da época do Novo Testamento e do outro lado do mundo, na verdade cita o Novo Testamento! É verdade, é o mesmo Salvador falando em ambos, e o mesmo Espírito Santo, e por isso podemos esperar as mesmas doutrinas na mesma língua.
  
But what about the "Faith, Hope and Charity" passage in {{S||Moroni|7|45}}? Its resemblance to {{b|1|Corinthians|13|}}] is undeniable. This particular passage, recently singled out for attack in ''Christianity Today'', is actually one of those things that turn out to be a striking vindication of the Book of Mormon. For the whole passage, which scholars have labeled "the Hymn to Charity," was shown early in this century by a number of first-rate investigators working independently (A. Harnack, J. Weiss, R. Reizenstein) to have originated not with Paul at all, but to go back to some older but unknown source: Paul is merely quoting from the record.
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Mas o que dizer da passagem ", Esperança e Caridade" em Moroni 7:45? Sua semelhança com 1 Coríntios 13 é inegável. Esta passagem em particular, recentemente apontada pelo ataque da [revista] Christianity Today, é realmente uma daquelas coisas que acabam por ser uma demonstração impressionante do Livro de Mórmon. Toda essa passagem, que os estudiosos rotularam como "o Hino à Caridade", foi mostrada no início deste século por um número de investigadores de primeira linha trabalhando de forma independente (A. Harnack, J. Weiss, R. Reizenstein) como não tendo se originado de forma alguma com Paulo, mas datar de uma fonte ainda mais antiga, mas desconhecida: Paulo está apenas citando-a a partir do registro.
  
Now it so happens that other Book of Mormon writers were also peculiarly fond of quoting from the record. Captain Moroni, for example, reminds his people of an old tradition about the two garments of Joseph, telling them a detailed story which I have found only in [''th' Alabi'' of Persia,] a thousand-year-old commentary on the Old Testament, a work still untranslated and quite unknown to the world of Joseph Smith. So I find it not a refutation but a confirmation of the authenticity of the Book of Mormon when Paul and Moroni both quote from a once well-known but now lost Hebrew writing.
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Agora acontece que outros escritores do Livro de Mórmon também foram curiosamente inspirados em citar a partir do registro. Capitão Moroni, por exemplo, lembra seu povo de uma antiga tradição sobre as duas peças de vestuário de José, dizendo-lhes uma história detalhada que eu encontrei apenas no [th 'Alabi da Pérsia,] um comentário de mil anos de idade a respeito do Velho Testamento, uma obra ainda não traduzida e totalmente desconhecida para o mundo de Joseph Smith. Então eu não vejo como uma refutação, mas como uma confirmação da autenticidade do Livro de Mórmon quando tanto Paulo quanto Moroni citam de um escrito em hebraico, outrora conhecido, mas que agora está perdido.
  
Now as to [the] question, "Why did Joseph Smith, a nineteenth century American farm boy, translate the Book of Mormon into seventeenth century King James English instead of into contemporary language?"
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Agora, com respeito [a] questão: "Por que Joseph Smith, um jovem fazendeiro americano do século XIX, traduziu o Livro de Mórmon para o Inglês do século XVII da Versão do Rei Jaime, em vez de em uma linguagem contemporânea?
  
The first thing to note is that the "contemporary language" of the country-people of New England 130 years ago was not so far from King James English. Even the New England writers of later generations, like Webster, Melville, and Emerson, lapse into its stately periods and "thees and thous" in their loftier passages.
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A primeira coisa a notar é que a "linguagem contemporânea" das pessoas do campo da Nova Inglaterra há 130 anos não estava tão longe da do Inglês da Versão do Rei Jaime da Bíblia. Mesmo os escritores da Nova Inglaterra das gerações posteriores, como Webster, Melville e Emerson, recorrerem em seus períodos mais impressionantes aos "tus e teus" em suas passagens mais sublimes.
  
 
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Furthermore, the Book of Mormon is full of scripture, and for the world of Joseph Smith's day, the King James Version was the Scripture, as we have noted; large sections of the Book of Mormon, therefore, had to be in the language of the King James Version&mdash;and what of the rest of it? That is scripture, too.
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Além disso, o Livro de Mórmon é repleto de escrituras, e para o mundo dos dias de Joseph Smith, a versão do Rei Jaime era a Escritura como já observamos; grandes seções do Livro de Mórmon, portanto, tinham de ser escritas na linguagem da versão do Rei Jaime - e o que dizer do resto? Essas são escrituras também.
  
One can think of lots of arguments for using King James English in the Book of Mormon, but the clearest comes out of very recent experience. In the past decade, as you know, certain ancient nonbiblical texts, discovered near the Dead Sea, have been translated by modern, up-to-date American readers. I open at random a contemporary Protestant scholar's modern translation of the Dead Sea Scrolls, and what do I read? "For thine is the battle, and by the strength of thy hand their corpses were scattered without burial. Goliath the Hittite, a mighty man of valor, thou didst deliver into the hand of thy servant David."<ref>Nibley is quoting Millar Burrows, ''The Dead Sea Scrolls'' (Michigan: Baker, 1955; reprinted 1978), 1:397.</ref>
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Pode-se pensar em um monte de argumentos para a utilização do inglês da Versão do Rei Jaime no Livro de Mórmon, mas a mais clara vem de experiência muito recente. Na década passada, como é sabido, certos textos não bíblicos antigos, descobertos perto do Mar Morto, foram traduzidos por leitores americanos modernos e contemporâneos. Abro aleatoriamente a tradução de um estudioso protestante contemporâneo dos Manuscritos do Mar Morto, e o que eu li? "Porque tua é a batalha, e pela força da tua mão seus cadáveres serão espalhados sem enterro. Golias, o hitita, um homem valoroso, fizeste entregar na mão do teu servo Davi".<ref>Nibley is quoting Millar Burrows, ''The Dead Sea Scrolls'' (Michigan: Baker, 1955; reprinted 1978), 1:397.</ref>
  
Obviously the man who wrote this knew the Bible, and we must not forget that ancient scribes were consciously archaic in their writing, so that most of the scriptures were probably in old-fashioned language the day they were written down. To efface that solemn antique style by the latest up-to-date usage is to translate falsely.
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Obviamente, o homem que escreveu isto conhecia a Bíblia, e não devemos esquecer que antigos escribas eram conscientemente arcaicos em sua escrita, de modo que, provavelmente, a maiorias das escrituras foram escritas em linguagem antiquada desde o dia em que foram escritas. Apagar esse estilo antigo solene pelo mais recente uso cotidiano é traduzir falsamente.
  
At any rate, Professor Burrows, in 1955 (not 1835!), falls naturally and without apology into the language of the King James Bible. Or take a modern Jewish scholar who purposely avoids archaisms in his translation of the Scrolls for modern American readers: "All things are inscribed before Thee in a recording script, for every moment of time, for the infinite cycles of years, in their several appointed times. No single thing is hidden, naught missing from Thy presence."<ref>Nibley is quoting Theodore H. Gaster, ''The Dead Sea Scriptures'' (New York: Doubleday, 1964), 136.</ref> Professor Gaster, too, falls under the spell of our religious idiom. [A more recent example of the same phenomenon in the twenty-first century is discussed [[Mormonism_and_the_Bible/Joseph_Smith_Translation/Relationship_to_the_Book_of_Mormon#Why_then_the_KJV_and_Book_of_Mormon_similarities.3F|here]].]
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De qualquer forma, o professor Burrows, em 1955 (e não 1835!), recorre naturalmente e sem desculpas para a linguagem da Bíblia King James. Ou tomemos um erudito moderno judaico que propositalmente evita arcaísmos em sua tradução dos pergaminhos para os leitores americanos modernos: "Todas as coisas estão inscritas diante de Ti em um registro de recordações, para cada momento do tempo, para os ciclos infinitos do ano, em suas diversas vezes nomeadas. Nenhuma das coisas está escondida, nada falta da tua presença. "<ref>Nibley is quoting Theodore H. Gaster, ''The Dead Sea Scriptures'' (New York: Doubleday, 1964), 136.</ref> Professor Gaster, também, cai sob o feitiço da nossa linguagem religiosa. [Um exemplo mais recente do mesmo fenômeno no século XXI é discutida][[Mormonism_and_the_Bible/Joseph_Smith_Translation/Relationship_to_the_Book_of_Mormon#Why_then_the_KJV_and_Book_of_Mormon_similarities.3F|aqui]].]
  
By frankly using that idiom, the Book of Mormon avoids the necessity of having to be redone into "modern English" every thirty or forty years. If the plates were being translated for the first time today, it would still be King James English!"
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Por francamente usar esse linguajar, o Livro de Mórmon evita a necessidade de ter que ser refeito em "inglês moderno" a cada trinta ou quarenta anos. Se as placas fossem traduzidas pela primeira vez hoje, elas ainda assim seriam traduzidas no inglês da versão do Rei Jaime!“.
 
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Revisão das 15h46min de 27 de setembro de 2015

Índice

Hugh Nibley: "Quanto as passagens ‘retiradas na íntegra da Versão do Rei Jaime’, primeiramente devemos nos perguntar ‘Como citar uma escritura se não integralmente?’"

O estudioso SUD Hugh Nibley escreveu o seguinte em resposta a uma carta enviada ao editor da seção Church News do Deseret News. Sua resposta foi impressa no Church News, em 1961: [1]

[Um dos] argumento[s] mais devastador[es] contra o Livro de Mórmon era o de que ele realmente citava a Bíblia. Os primeiros críticos ficaram simplesmente chocados com a incrível estupidez de incluir grandes partes da Bíblia em um livro que, segundo eles, foi projetado especificamente para enganar o público leitor da Bíblia. Eles gritavam 'blasfêmia' e 'plágio' a plenos pulmões, mas hoje qualquer estudioso da Bíblia sabe que seria extremamente suspeito se um livro que pretendesse ser o produto de uma sociedade de emigrantes devotos de Jerusalém nos tempos antigos não citasse a Bíblia. Nenhuma escrita religiosa desse tamanho vinda dos hebreus poderia concebivelmente ser genuína se não fosse cheia de citações bíblicas.

... Para citar um outro escritor de Christianity Today [revista],[2] "retiradas na íntegra da Versão do Rei Jaime," como citado, não só do Antigo Testamento, mas também no Novo Testamento.

Quanto às passagens "retiradas na íntegra da Versão do Rei Jaime", devemos primeiramente perguntar: "Como citar uma escritura se não integralmente?" E por que alguém citando a Bíblia para leitores americanos de 1830 não seguiria a única versão da Bíblia conhecida?

Na verdade, as passagens bíblicas citadas no Livro de Mórmon, muitas vezes diferem da versão do Rei Jaime, mas se esta for correta, há mil razões para segui-la. Quando Jesus e os Apóstolos ou, por exemplo, o Anjo Gabriel, citam as escrituras do Novo Testamento, eles recitam de alguma cópia misteriosa do texto? Citam-nos em sua forma mais original? Será que eles dão as suas próprias versões inspiradas? Não, eles não o fazem. Eles citam a Septuaginta, uma versão grega do Antigo Testamento preparada no século III aC. Por quê? Porque esta era a versão padrão da Bíblia aceita pelos leitores do Novo Testamento grego. Quando "os homens santos de Deus" citam as escrituras, o fazem sempre na versão padrão aceita pelas pessoas para as quais eles estão se dirigindo.

Nós não reivindicamos que a versão do Rei Jaime da Septuaginta seja o original das escrituras - na verdade, ninguém na Terra hoje sabe onde as escrituras originais estão ou o que dizem. Homens inspirados em todas as épocas estão contentes em receber a versão mais aceita pelas pessoas com quem eles trabalham, com o Espírito dando correção onde correção for necessária.

Uma vez que o Livro de Mórmon é uma tradução, "com todas as suas falhas", para o inglês para as pessoas de língua inglesa cujos pais por gerações não conheceram outras escrituras senão a Bíblia no inglês padrão, seria sem sentido e confuso apresentar-lhes escrituras de qualquer outra forma, contanto que seus ensinamentos estivessem corretos.

O que é considerado uma séria investida contra o Livro de Mórmon hoje é que ele, sendo um livro escrito muito antes da época do Novo Testamento e do outro lado do mundo, na verdade cita o Novo Testamento! É verdade, é o mesmo Salvador falando em ambos, e o mesmo Espírito Santo, e por isso podemos esperar as mesmas doutrinas na mesma língua.

Mas o que dizer da passagem "Fé, Esperança e Caridade" em Moroni 7:45? Sua semelhança com 1 Coríntios 13 é inegável. Esta passagem em particular, recentemente apontada pelo ataque da [revista] Christianity Today, é realmente uma daquelas coisas que acabam por ser uma demonstração impressionante do Livro de Mórmon. Toda essa passagem, que os estudiosos rotularam como "o Hino à Caridade", foi mostrada no início deste século por um número de investigadores de primeira linha trabalhando de forma independente (A. Harnack, J. Weiss, R. Reizenstein) como não tendo se originado de forma alguma com Paulo, mas datar de uma fonte ainda mais antiga, mas desconhecida: Paulo está apenas citando-a a partir do registro.

Agora acontece que outros escritores do Livro de Mórmon também foram curiosamente inspirados em citar a partir do registro. Capitão Moroni, por exemplo, lembra seu povo de uma antiga tradição sobre as duas peças de vestuário de José, dizendo-lhes uma história detalhada que eu encontrei apenas no [th 'Alabi da Pérsia,] um comentário de mil anos de idade a respeito do Velho Testamento, uma obra ainda não traduzida e totalmente desconhecida para o mundo de Joseph Smith. Então eu não vejo como uma refutação, mas como uma confirmação da autenticidade do Livro de Mórmon quando tanto Paulo quanto Moroni citam de um escrito em hebraico, outrora conhecido, mas que agora está perdido.

Agora, com respeito [a] questão: "Por que Joseph Smith, um jovem fazendeiro americano do século XIX, traduziu o Livro de Mórmon para o Inglês do século XVII da Versão do Rei Jaime, em vez de em uma linguagem contemporânea?”

A primeira coisa a notar é que a "linguagem contemporânea" das pessoas do campo da Nova Inglaterra há 130 anos não estava tão longe da do Inglês da Versão do Rei Jaime da Bíblia. Mesmo os escritores da Nova Inglaterra das gerações posteriores, como Webster, Melville e Emerson, recorrerem em seus períodos mais impressionantes aos "tus e teus" em suas passagens mais sublimes.

∗       ∗       ∗

Além disso, o Livro de Mórmon é repleto de escrituras, e para o mundo dos dias de Joseph Smith, a versão do Rei Jaime era a Escritura como já observamos; grandes seções do Livro de Mórmon, portanto, tinham de ser escritas na linguagem da versão do Rei Jaime - e o que dizer do resto? Essas são escrituras também.

Pode-se pensar em um monte de argumentos para a utilização do inglês da Versão do Rei Jaime no Livro de Mórmon, mas a mais clara vem de experiência muito recente. Na década passada, como é sabido, certos textos não bíblicos antigos, descobertos perto do Mar Morto, foram traduzidos por leitores americanos modernos e contemporâneos. Abro aleatoriamente a tradução de um estudioso protestante contemporâneo dos Manuscritos do Mar Morto, e o que eu li? "Porque tua é a batalha, e pela força da tua mão seus cadáveres serão espalhados sem enterro. Golias, o hitita, um homem valoroso, fizeste entregar na mão do teu servo Davi".[3]

Obviamente, o homem que escreveu isto conhecia a Bíblia, e não devemos esquecer que antigos escribas eram conscientemente arcaicos em sua escrita, de modo que, provavelmente, a maiorias das escrituras foram escritas em linguagem antiquada desde o dia em que foram escritas. Apagar esse estilo antigo solene pelo mais recente uso cotidiano é traduzir falsamente.

De qualquer forma, o professor Burrows, em 1955 (e não 1835!), recorre naturalmente e sem desculpas para a linguagem da Bíblia King James. Ou tomemos um erudito moderno judaico que propositalmente evita arcaísmos em sua tradução dos pergaminhos para os leitores americanos modernos: "Todas as coisas estão inscritas diante de Ti em um registro de recordações, para cada momento do tempo, para os ciclos infinitos do ano, em suas diversas vezes nomeadas. Nenhuma das coisas está escondida, nada falta da tua presença. "[4] Professor Gaster, também, cai sob o feitiço da nossa linguagem religiosa. [Um exemplo mais recente do mesmo fenômeno no século XXI é discutida]aqui.]

Por francamente usar esse linguajar, o Livro de Mórmon evita a necessidade de ter que ser refeito em "inglês moderno" a cada trinta ou quarenta anos. Se as placas fossem traduzidas pela primeira vez hoje, elas ainda assim seriam traduzidas no inglês da versão do Rei Jaime!“.

Notas

  1. Church News, 29 July 1961: 10, 15. Reprinted in Hugh W. Nibley, The Prophetic Book of Mormon (Vol. 8 of the Collected Works of Hugh Nibley), (Salt Lake City, Utah : Deseret Book Company ; Provo, Utah : Foundation for Ancient Research and Mormon Studies, 1989), 214–18. ISBN 0875791794. GospeLink (requires subscrip.) [Nibley's first edition of Since Cumorah cites such sources as R. Reitzenstein, in Nachrichter v. d. kgl. Ges. d. Wiss. zu Gottingen (1916): 362, 416, and 1917 Heft 1, pp. 130-151, and Historische Zeitschrift 116 (DATE?), pp. 189-202. A von Harnack, in Journal of Biblical Literature 50 (1931), pp. 266ff; cf. Alf. Resch, "Der Paulinismus u. die Logia Jesu," in Texte u. Untersuchungen. N. F. 13 (1904).]
  2. Nibley is responding to Wesley P. Walters, "Mormonism," Christianity Today 5/6 (19 December 1960): 8–10.
  3. Nibley is quoting Millar Burrows, The Dead Sea Scrolls (Michigan: Baker, 1955; reprinted 1978), 1:397.
  4. Nibley is quoting Theodore H. Gaster, The Dead Sea Scriptures (New York: Doubleday, 1964), 136.