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Revisão das 14h30min de 5 de junho de 2017
Pergunta: A própria Bíblia afirma ser inerrante?
A Bíblia em nenhum lugar declara ser infalível
Como Blake Ostler observou na "Declaração de Chicago da Infalibilidade da Bíblia" [1]
A doutrina da infalibilidade é internamente incoerente. Em minha opinião, inúmeros problemas insuperáveis ditam a rejeição da infalibilidade em geral e infalibilidade como promulgada na Declaração de Chicago em particular. Em primeiro lugar, a Declaração de Chicago é auto- referencialmente incoerente. Nenhuma pessoa pode afirmar de forma consistente que a Bíblia é a base de suas crenças e em seguida afirmar que por isso obrigatoriamente deve-se aceitar infalibilidade bíblica como afirmado na Declaração de Chicago. Esta declaração contém uma série de afirmações e proposições que não são bíblicas. Inerrância, pelo menos como recentemente afirmado pelos evangélicos, não é mencionada em qualquer parte da Bíblia. Em nenhum lugar a palavra "infalível" aparecem na Bíblia. Tais visões teóricas são estranhas para os escritores bíblicos. Além disso, a infalibilidade não está inclusa em qualquer um dos principais credos. Tal noção é recente e bastante peculiar para o evangelicalismo americano. Ao longo da história do pensamento cristão, a Bíblia tem sido uma fonte ao invés de um objeto de crenças. A afirmação de que a Bíblia é inerrante vai muito além das declarações bíblicas que toda a Escritura é inspirada ou "ditada por Deus". Portanto a infalibilidade, como um compromisso de fé, é inconsistente com a afirmação de alguns de que suas crenças são baseadas no que a Bíblia diz. A doutrina da infalibilidade é uma doutrina extra-bíblica, com base em considerações não escriturísticas. Deve ser aceita somente se for razoável e caso se enquadre com o que sabemos das Escrituras em si, e não como um artigo inerrante de fé.
A Declaração de Chicago só pode funcionar como uma declaração de crença e não como uma observação racional do que encontramos na Bíblia. A própria Declaração de Chicago reconhece o fato de encontrarmos declarações infalíveis na Bíblia, pois é apenas "quando todos os fatos são conhecidos" que veremos que a infalibilidade é verdadeira. É extremamente conveniente propor uma teoria que não pode ser avaliada, a menos e até que sejamos de fato oniscientes. Por esta razão a Declaração de Chicago é uma proposição inútil. Não se adequa como uma declaração derivada da Bíblia, porque não está na Bíblia. Não pode ser uma declaração sobre o que a evidência mostra porque a evidência não pode ser avaliado até que sejamos oniscientes. [2]
Notas
- ↑ On the Chicago Statement, see Norman L. Geisler and William E. Nix, A General Introduction to the Bible, rev. and exp. (Chicago: Moody Press, 1986), 181–185.
- ↑ Blake T. Ostler, "Bridging the Gulf (Review of How Wide the Divide? A Mormon and an Evangelical in Conversation)," FARMS Review of Books 11/2 (1999): 103–177. off-site PDF link (italics in original)